Custos fiscais da política monetária: os efeitos indiretos de um choque de juros sobre a dívida líquida do setor público

v. 36 n. 3 (2016)

Jul-Set / 2016
Publicado em março 1, 2020
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Como Citar

Carvalho, Laura, André Diniz, Ítalo Pedrosa, e Pedro Rossi. 2016. “Custos Fiscais Da política monetária: Os Efeitos Indiretos De Um Choque De Juros Sobre a dívida líquida Do Setor Público”. Brazilian Journal of Political Economy 36 (3):557-79. https://doi.org/10.1590/0101-31572015v36n03a06.

Custos fiscais da política monetária: os efeitos indiretos de um choque de juros sobre a dívida líquida do setor público

Laura Carvalho
Departamento de Economia da Universidade de São Paulo.
André Diniz
Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas.
Ítalo Pedrosa
Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas.
Pedro Rossi
Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas.
Brazilian Journal of Political Economy, v. 36 n. 3 (2016), Jul-Set / 2016, Pages 557-579

Resumo

O artigo estima o custo fiscal de um aumento da taxa básica de juros da economia considerando não apenas os efeitos diretos sobre a remuneração dos títulos indexados à SELIC, mas também os efeitos indiretos que incidem sobre: (i) a remuneração dos títulos públicos indexados ao câmbio e à inflação; e (ii) o estoque da dívida líquida do setor público, através do ajuste patrimonial das reservas internacionais. As projeções se baseiam na estimação da relação entre taxa básica de juros, taxa de câmbio e inflação a partir de um modelo de vetores autor regressivos. Conclui-se que os efeitos indiretos têm impacto indeterminado sobre a taxa de juros implícita da dívida pública quando não se considera o ajuste no valor das reservas internacionais ocasionado pelo impacto da SELIC na taxa de câmbio. A inclusão desse efeito patrimonial pode amplificar substancialmente o custo fiscal de uma política monetária restritiva, indicando a necessidade de uma maior articulação entre as políticas monetária, fiscal e cambial no Brasil.

Classificação JEL: E43, E52, E63, H63.


Palavras-chave: estrutura da dívida pública brasileira política monetária nexo juroscâmbio reservas internacionais sustentabilidade da dívida