A sabedoria convencional geralmente subestima o importante papel dos institutos públicos de pesquisa e universidades nos casos de sucesso da economia brasileira. A história das instituições de ciência e tecnologia mostra um processo de formação a longo prazo dessas instituições e suas interações com empresas industriais, produtores agrícolas ou com a sociedade. Este artigo investiga raízes históricas de casos de sucesso do Brasil. Primeiro, apresentamos o início tardio das instituições do Sistema Nacional de Inovação (NSI) e as ondas de formação institucional no Brasil. Segundo, descrevemos a história de três casos de sucesso, que abrangem desde um setor de baixa tecnologia (agricultura), um setor de média tecnologia (aço e ligas especiais de metal) até um setor de alta tecnologia (aeronaves). Essas descobertas apresentam novos desafios para as políticas de desenvolvimento atuais.
Classificação JEL: N; O3.
Este artigo analisa as diferentes propostas de desenvolvimento apresentadas durante os dois mandatos presidenciais de Lula. Argumenta-se que tais propostas são estruturadas como "convenções de desenvolvimento", que envolvem diferentes prioridades e diferentes soluções para o problema da transformação estrutural. Sua estrutura analítica também é diferente, assim como os grupos de interesse que os sustentam. Portanto, sua epistemologia deve ser colocada no contexto da economia política. Argumenta-se que, apesar do peso adquirido por uma convenção de "desenvolvimento" durante o segundo mandato, uma convenção de "estabilidade" ainda é hegemônica e comanda políticas macroeconômicas.
Classificação JEL: 010; 011; 020; 054.
.A Segunda Administração Vargas no Brasil (1951-1954) é comumente associada ao fenômeno do populismo. No entanto, com base nos modelos de populismo econômico, fica claro que a política econômica do período não é a mostrada por esses modelos. Além disso, com base nessa experiência histórica, defende-se que não há incompatibilidade entre o desenvolvimentismo e a adoção de medidas macroeconômicas orientadas à estabilidade.
Classificação JEL: N16; P48.
Este artigo compara as experiências asiáticas e latino-americanas com a cooperação monetária. Argumenta-se que, neste último caso, essa cooperação mal progrediu, devido ao baixo grau de integração regional, ao uso recorrente de recursos institucionais multilaterais para lidar com choques externos e à falta de objetivos claros: a cooperação monetária às vezes é vista como um meio de promover a integração, mas também como meio de fornecer fundos de longo prazo e como fonte de liquidez em moedas estrangeiras. Na Ásia, diferentemente, a cooperação aparentemente não foi tão importante para a integração regional, mas provou ser bastante importante como meio de construir um mercado de capitais regional e também como um mecanismo para lidar com choques externos.
Classificação JEL: F15; F36.
Este artigo é uma discussão crítica, à luz da formação de expectativas, da relação que interpõe a ciência econômica como corpo de conhecimento e seus agentes.
Classificação JEL: A14; B4; D84.
Neste artigo, com base nos escritos de Kaldor e seus seguidores, comparamos duas fases do crescimento econômico brasileiro, uma mostrando rápida taxa de crescimento e outra com falta de crescimento. Nosso objetivo é analisar o comportamento econômico brasileiro nos últimos 40 anos, apontando a intervenção de políticas econômicas, mudanças estruturais, comércio exterior e fluxos de capital como determinantes para explicar o desempenho da trajetória bruta de desenvolvimento de produtos. Nosso objetivo é esclarecer qual é a taxa potencial de crescimento da economia brasileira atualmente, considerando seu histórico de crescimento e recentes mudanças estruturais no setor industrial.
Classificação JEL: F41; O11.
O artigo analisa as principais questões relacionadas à política fiscal no Brasil. Para isso, assume uma abordagem pós-keynesiana sobre esse assunto. Primeiro, observa as origens da crise fiscal brasileira, mostrando que a dívida externa brasileira teve um papel fundamental a desempenhar em sua configuração. Em seguida, analisa a atual condução da política fiscal no Brasil, enfatizando a estrutura ortodoxa que a sustenta. Por fim, discute-se a abordagem pós-keynesiana sobre política fiscal e o papel do Estado, como elemento essencial para alcançar uma maior estabilidade econômica, mostrando que existem várias experiências que parecem ter um viés keynesiano, mas que têm pouca relação com Keynes abordagem, como é o caso do Brasil.
Classificacão JEL: B22; B50; H11; H62.
Este artigo aplica a teoria da economia do crime aos dados brasileiros. Seguindo Becker (1968), Hinderlang et al. (1978) e Cohen et al. (1981), testamos os fatores microeconômicos que influenciam o crime e a vitimização. Para tanto, as duas ondas de pesquisa de vitimização do Instituto Futuro Brasil, 2003 e 2008, foram utilizadas em um esforço para identificar os determinantes da vitimização e da notificação policial, utilizando o modelo probit. Os principais resultados sugerem que os fatores que impactam significativamente a probabilidade de vitimização são as características demográficas, condições econômicas e hábitos pessoais. Os modelos de "estilo de vida" e "oportunidade" parecem ter um bom desempenho.
Classificação JEL: C35; D69.