O Brasil vive uma hiperinflação, embora a moeda ainda não esteja morta. Mas
para que qualquer plano de inflação e estabilização funcione, é preciso reconhecer que o
processo é hiperinflacionário, não apenas inflacionário. Este artigo apresenta uma série de
caminhos possíveis para superar essa situação, incluindo a necessidade de um ajuste fiscal
permanente.
Classificação JEL: E31.
Este artigo é um relato em primeira mão dos programas de estabilização que o
Brasil tentou durante a metade da década de 1980 para combater a inflação e considerações
sobre como promover reformas eficientes. A principal preocupação é como a política
econômica não está separada dos processos políticos e que somente com o apoio político é
possível realizar as reformas necessárias.
Classificação JEL: E31; D72.
Quatro anos após a quebra do Acordo Internacional do Café, este artigo é uma
tentativa de avaliar a posição do governo brasileiro. O Brasil era, em 1989, o país muito
contra a renovação do acordo. Para fazer isso, foi feito um exame das evidências empíricas
durante os últimos trinta anos. Essas evidências mostraram perdas na produção, exportação
e participação de mercado do café no Brasil. Na prática, o Brasil foi o único país
a suportar o ônus do acordo cafeeiro. Os outros países lucraram com os custos do Brasil.
Também é mostrada a grande vantagem comparativa da produção de café no Brasil e que
ajustes devem ser feitos nas políticas domésticas.
Classificação JEL: L66; Q17.
A economia política passou a ser conhecida pelos intelectuais brasileiros no final
do século XVIII e início do século XIX. Durante esse período colonial, o Brasil passou por
uma série de mudanças provocadas pela transferência da Família Real Portuguesa para o
Rio de Janeiro. Essas mudanças afetaram a Economia Política, que começou a se desenvolver
dentro do governo e adquiriu características diferentes das da Economia Política Europeia
da mesma época. Este artigo apresenta dados relacionados a essa difusão, a absorção
da Economia Política pelo Estado e a análise da especificidade que ela assume no Brasil
como consequência do papel que o governo português lhe confere.
Classificação JEL: B12; N46.
O artigo aborda aspectos da economia política da liberalização do comércio.
Examinamos as razões para o estabelecimento de práticas protecionistas, os custos sociais
de tais práticas e a relação entre conflitos distributivos e protecionismo, enfatizando a formação
de coalizões distributivas. Aplicamos esses conceitos e ideias ao caso brasileiro, a fim
de examinar os efeitos distributivos da estrutura protecionista que prevaleceu até o final
dos anos 80 e as possíveis mudanças ao longo dos anos 90. Por fim, desenvolvemos um
modelo macroeconômico para explorar os efeitos da liberalização na distribuição funcional
da renda e da demanda agregada.
Classificação JEL: F14; F16; F43; D72.
O artigo examina as condições de oferta de mão-de-obra para o setor industrial
na cidade do Rio de Janeiro e no estado de São Paulo nas duas primeiras décadas deste
século, período em que São Paulo superou o Rio como a principal área industrial do Brasil.
Mostra-se que São Paulo teve uma vantagem comparativa sobre o Rio em custos de mão
de obra; o diferencial de salário rural-urbano. Argumenta-se que essa vantagem pode estar
relacionada à maior presença de trabalhadores imigrantes na indústria paulista; a ampla
oferta de mão-de-obra imigrante é vista como uma das principais causas do crescimento
relativo da produção industrial de São Paulo, no período.
Classificação JEL: J24; J61; N16; N36.
Apesar do considerável avanço feito na literatura sobre desenvolvimento pela
recente tentativa das Nações Unidas de medir o “desenvolvimento humano”, este artigo
argumenta que, especialmente no contexto dos países em desenvolvimento, onde a pobreza
e a desigualdade são de ordem substancial, essas duas dimensões devem ser integradas e
adicionadas ao índice proposto por esse organismo. Isso é conseguido com uma nova medida
que leva em consideração simultaneamente os índices de pobreza, distribuição de renda
e desenvolvimento humano. Os resultados empíricos mostram que a extensão sugerida é
importante e mais apropriada para fins de política.
Classificação JEL: O15; I32.
Este artigo mostra que a distribuição de renda pode mudar drasticamente durante
o ciclo de negócios. Essa descoberta contrasta com a crença generalizada de que a distribuição
de renda muda lentamente na ausência de guerras e revoluções. A macroeconomia
explica em boa medida as variações de curto prazo na distribuição de renda: a desigualdade
varia ciclicamente e aumenta com a inflação e o desemprego. Além disso, pelo menos no Brasil,
a legislação sobre salário mínimo não contribui para uma melhor distribuição de renda.
Há também evidências de que políticas populistas que levam a uma apreciação real não
podem ser justificadas como apoio aos pobres. Assim, a melhor maneira de ajudar os pobres
é comprovadamente não através da manipulação de preços e salários, mas provavelmente
através da estabilidade macro e de um sistema transparente de transferência de impostos.
Classificação JEL: I32; O15.
O título do artigo alerta o leitor para o fato de que, embora seja mencionado o
papel do dinheiro no trabalho anterior de Keynes, é principalmente a contribuição monetária
da Teoria Geral (da qual o autor é particularmente parcial) que é pesquisada aqui.
A Teoria Geral representa um avanço na teoria monetária, definida de maneira ampla e
restrita. O dinheiro na teoria geral é onipresente. É essencial no sentido de Radner e Hahn.
O dinheiro também é essencial para permitir que Keynes se afaste, mais profundamente
do que antes, da economia de equilíbrio. A teoria monetária estritamente definida também
representa um avanço: a demanda especulativa é um conceito revolucionário, gerando uma
barreira entre a taxa de juros e a taxa de lucro. O conceito é elaborado e comparado com
o tratamento de Hicks. O artigo termina com uma breve seção sobre o motivo financeiro e
o dinheiro endógeno.
Classificação JEL: E52; B21; B31.
O artigo é uma pesquisa informal da teoria moderna da macroeconomia política.
Ele fornece uma bibliografia selecionada e deve ser útil para os não iniciados no campo. Os
tópicos de credibilidade, construção de reputação e consistência de tempo são apresentados
e discutidos em detalhes.
Classificação JEL: E60; P16; D72.
O objetivo deste artigo é avaliar a aplicação de novos regulamentos da Constituição
sobre orçamento. Essa avaliação é realizada na situação crítica das finanças públicas
brasileiras e leva em consideração os efeitos positivos no controle dos gastos públicos que
devem ser produzidos com a plena implementação de novas diretrizes constitucionais. A
avaliação conclui que algumas determinações constitucionais ainda não foram regulamentadas.
Esse fato permitiu ofensas graves contra a Constituição e facilitou o Congresso e a
administração do governo em ações casuísticas relacionadas a assuntos orçamentários. Ao
final do trabalho, são apresentadas algumas medidas que devem ser implementadas para
obter melhor eficiência e eficácia na alocação de recursos públicos, através da introdução
de melhorias no processo orçamentário.
Classificação JEL: E62; H11; D72.