v. 33 n. 3 (2013): Jul-Set / 2013


v. 33 n. 3 (2013)

Jul-Set / 2013
Publicado em julho 1, 2013

Artigo


O valor da taxa de câmbio e a doença Holandesa
Luiz Carlos Bresser-Pereira
Brazilian Journal of Political Economy

Este artigo revisita o artigo original (2008) sobre a doença holandesa, que o definiu pela existência de dois equilíbrios cambiais (o atual e o industrial). Sua novidade é afirmar que, como temos um valor e um preço de mercado para cada bem ou serviço, também temos um valor e um preço de mercado para o dinheiro estrangeiro. O valor é o custo mais o lucro razoável correspondente à taxa de câmbio que torna competitivas as empresas comerciais competentes do país; as taxas de câmbio nominais flutuam em torno do valor de acordo com a demanda e a oferta de moeda estrangeira. Essa distinção básica da taxa de câmbio em termos de valor e em preço nos permite entender que os dois equilíbrios são definidos em termos de valor e abre espaço para uma clara distinção entre as políticas que afetam o valor e as políticas que afetam o valor. preço de mercado da taxa de câmbio.

Classificação JEL: D46; F31.


Valores-trabalho, preços de reprodução e renda da terra
Rodolfo Hoffmann
Brazilian Journal of Political Economy

O artigo analisa a determinação dos valores da mão-de-obra e dos preços de reprodução, incluindo sistemas econômicos com produção conjunta e sistemas com aluguel intensivo de terras. A discussão é baseada em exemplos numéricos muito simples, evitando que as complicações matemáticas dificultem a compreensão de questões básicas da teoria econômica marxista.

Classificação JEL: B51.


Avaliando o desenvolvimento e a ideia de desenvolvimento nos anos 1950 no Brasil
Rafael Rossotto Ioris, Antonio Augusto Rossotto Ioris
Brazilian Journal of Political Economy

A década de 1950 foi um período crucial da industrialização da economia brasileira. A escola dominante de pensamento era o nacional-desenvolvimentismo, que não se restringia à esfera da produção econômica, mas também englobava processos políticos e socioculturais de mudança. Combinando repressão, persuasão e paternalismo, o Estado nacional assumiu uma responsabilidade política e econômica significativa na modernização social, material e simbólica durante as administrações de Vargas e Kubitschek. No entanto, disputas internas, demandas estrangeiras e um longo legado de desigualdades socioespaciais impediram a consecução de metas mais inclusivas socialmente, levando um legado de perguntas sem resposta que ainda hoje têm moeda.

Classificação JEL: O14; O25; O54; L52.


Brasil: uma economia pega na armadilha financeira (1993-2003)
Bibiana Medialdea
Brazilian Journal of Political Economy

No início dos anos 90, o Brasil entrou em uma dinâmica econômica financeirizada, na qual a valorização financeira de curto prazo gerada pela emissão de dívida pública garantida ofuscou toda a economia. Este artigo analisa os processos econômicos brasileiros entre 1993 e 2003, em particular a relação bidirecional com vulnerabilidade externa, comportamento irregular de financiamento internacional e como as ações do Estado para obter e manter esses recursos promoveram a financeirização. Como resultado, toda a economia se enredou em uma armadilha autoperpetuada, na qual a atividade financeira era predominante sobre a atividade econômica.

Classificação JEL: O11; O16.


A complexidade e o construtivismo na economia
Arnaldo Mauerberg Jr.
Brazilian Journal of Political Economy

Este artigo tenta mostrar e resumir o conceito de regras, ordem e complexidade introduzido por Friedrich August von Hayek em meados do século XX. Ele também tenta criar um paralelo atual entre esses conceitos e o campo da economia da complexidade. Na época de seus escritos, o autor procurava apresentar argumentos contra a racionalidade cartesiana. Atualmente, os conceitos apresentados por ele também podem servir como argumentos contra o modo de pensar usado na microeconomia convencional. Um debate agora pode ser visto entre a microeconomia convencional e os autores da teoria da complexidade aplicada à economia, que pode ser entendida como explicações guiadas por suposições genéricas versus explicações naturais guiadas em uma abordagem computacional.

Classificação JEL: B41; B52; B53; D03; D79; D89.


Desindustrialização e comércio exterior: evidências recentes para o Brasil
André Moreira Cunha, Marcos Tadeu Caputi Lelis, Flavio Benevett Fligenspan
Brazilian Journal of Political Economy

Este artigo analisa o comportamento do setor manufatureiro brasileiro durante os anos 2000. Testamos a hipótese de desindustrialização precoce induzida pelo comércio exterior. Nossos resultados mostram um quadro misto: embora tenhamos mostrado sinais de desindustrialização precoce induzida pelo comércio exterior, ao mesmo tempo, encontramos evidências de que os empresários brasileiros reduziram as exportações de manufaturas durante o boom do mercado interno entre 2004 e 2010. Esse fato determina a deterioração da balança comercial do setor manufatureiro e justifica preocupações com perspectivas de longo prazo para a economia brasileira.

Classificação JEL: O14; F43.


Keynes e o conceito de capital: reflexões epistemológicas a respeito das premissas sraffianas da Teoria Geral
Alain Herscovici
Brazilian Journal of Political Economy

Este artigo tem como objetivo examinar a concepção da natureza do capital usada por Keynes na Teoria Geral, mostrar até que ponto esse conceito é semelhante à concepção de Sraffa e destacar as implicações relacionadas a esse conceito, em termos de instabilidade estrutural. . Então, estudarei os mecanismos que explicam a decisão de investimento em um ambiente com forte incerteza, as modalidades de agregação de diferentes gerações de capital e a instabilidade do equilíbrio. A convergência entre as abordagens keynesiana e sraffiana deriva dessa concepção comum de capital. Finalmente, examinarei as implicações em relação à estrutura dos modelos agregados.

Classificação JEL: B41; E11; E12.


Exclusão financeira no Brasil: uma análise regional exploratória
Marco Aurelio Crocco, Fabiana Santos, Ana Figueiredo
Brazilian Journal of Political Economy

Apesar de, após a segunda metade da década de 90, os estudos de exclusão financeira ganharem força entre os estudos sobre pobreza e desigualdades regionais e sociais, alguns estudos sobre esse problema surgiram na literatura econômica brasileira. O presente trabalho tem como objetivo contribuir para essa discussão, fazendo uma investigação regional sobre o fenômeno da exclusão financeira no Brasil. A principal hipótese do estudo é que esse fenômeno não seja dissociado do espaço em que ocorre. Pensando no uso de proxies, foram estudadas duas dimensões da exclusão financeira: o acesso aos serviços financeiros e a adequação dos mesmos.

Classificação JEL: G2; R1; E44.


A garra dos recursos terrestres e hídricos do mundo
Franklin Obeng-Odoom
Brazilian Journal of Political Economy

Neste artigo, reviso desenvolvimentos recentes na economia política global e na economia política do desenvolvimento que capturaram, entre outros aspectos, a atenção de economistas políticos agrários. Faço isso através do periscópio de duas publicações recentes de Fred Pearce, o principal jornalista ecológico da Grã-Bretanha e um volume editado de Tony Allan, Martin Keulertz, Suvi Sojamo e Jeroen Warner, acadêmicos treinados em diferentes disciplinas e baseados em várias universidades do Reino Unido, Holanda e Finlândia. A descrição do ritmo, lugares e autores, procedimentos e problemas desse modelo agrário em particular fornece alimento para o desenvolvimento de um locus classicus sobre o que está acontecendo com a questão da terra neste momento atual sob a ordem capitalista, uma abreviação para que é 'captura de água e terra'.

Classificação JEL: O13.


A estrutura econômica do (sub)desenvolvimento e o equilíbrio geral. O que aconteceu com a teoria do desenvolvimento e com as estruturas econômicas?
Fidel Aroche Reyes
Brazilian Journal of Political Economy

No passado, o conceito de desenvolvimento econômico envolvia mudanças nas estruturas econômicas, a fim de possibilitar o emprego da população em atividades de maior produtividade, garantindo níveis mais elevados de bem-estar. O desenvolvimento então implicava mover sistemas econômicos por possíveis caminhos de equilíbrio, a fim de alcançar resultados mais desejáveis: o equilíbrio não era o objetivo. Em períodos mais recentes, em muitos países menos desenvolvidos, as estratégias econômicas enfatizam a obtenção de crescimento dentro de caminhos de equilíbrio. Ambas as visões dão resultados incompatíveis. Este documento analisa alguns pontos de discussão sobre as mudanças estruturais que o desenvolvimento implica, contra os objetivos de alcançar o equilíbrio.

Classificação JEL: O10; O14; O40.