Este artigo analisa criticamente o desenho das políticas econômicas neodesenvolvimentistas no Brasil, na primeira metade da década passada, e sua relação com as políticas econômicas do governo Lula após 2006. Paradoxalmente, as políticas neodesenvolvimentistas foram implementadas em conjunto com o principais políticas macroeconômicas (neoliberais) introduzidas anteriormente. O artigo analisa a literatura relevante e examina a natureza contraditória dessa "inflexão" da política econômica. Até agora, essa combinação de políticas alcançou um sucesso inquestionável - embora provisório -, apesar da persistência dos problemas macroeconômicos estruturais devido à continuidade das políticas neoliberais.
Classificação JEL: B52; N16; O11; O54.
Este artigo apresenta uma discussão sobre a relação entre crescimento econômico e taxa de câmbio real. O artigo apresenta os resultados gerados por um painel dinâmico que testou a relação do crescimento econômico com o nível da taxa de câmbio, a volatilidade da taxa de câmbio e a escolha do regime cambial de 26 países, 13 emergentes e 13 desenvolvidos. Os resultados sugerem que o nível da taxa de câmbio e volatilidade são relevantes para o crescimento. Finalmente, o artigo enfatiza que existem diferenças importantes ao comparar economias desenvolvidas e emergentes.
Classificação JEL: C23; F31; F33.
Neste artigo, argumentamos que a economia brasileira apresentou no período 1994-2007 uma tendência de apreciação da taxa de câmbio real em relação ao seu valor de equilíbrio, principalmente a partir de 2005. Esse desalinhamento da taxa de câmbio tem trabalhado para reduzir o crescimento da economia brasileira e é o raiz do ressurgimento de déficits em conta corrente.
Classificação JEL: F14; F31; F43.
Nas últimas duas décadas, um conjunto totalmente novo de regras que regem as transações de câmbio foi estabelecido no Brasil, substituindo a estrutura herdada da década de 1930. Os controles cambiais foram desmontados e um regime cambial flutuante substituiu diferentes formas de peg. Neste artigo, argumentamos que, embora seja bem-sucedido em comparação com experiências anteriores, o arranjo atual apresenta falhas importantes que devem ser abordadas. Discutimos como isso levou a alta volatilidade e taxas de juros extremamente altas, que, quando superadas, deram lugar a uma apreciação duradoura da taxa de câmbio real, com consequências adversas para a indústria.
Classificação JEL: E6; F3; F4.
Qual o papel da taxa de câmbio real em um regime de metas de inflação? Neste artigo, este ponto é discutido do ponto de vista das condições necessárias para evitar uma crise externa. Com esse objetivo, é apresentado um modelo Kaleckiano dinâmico, com foco na estabilidade da relação dívida externa / capital. A principal conclusão é que os formuladores de políticas devem monitorar de perto a evolução da taxa de câmbio real, a fim de compatibilizar o regime de metas de inflação com a estabilidade externa.
Classificação JEL: F31; F34.
O Banco Central do Brasil (BACEN) adotou metas de inflação em 1999. Esse regime de política monetária se origina em um desenho institucional que permanece crucial hoje para a gestão das expectativas e está em permanente evolução. Após 10 anos, a estrutura institucional do BACEN é avaliada, perguntando se ainda há espaço para melhorias. Vários procedimentos institucionais são analisados e lições são tiradas da experiência internacional de um painel de dezesseis países. Algumas propostas para a estrutura institucional do BACEN são feitas.
Classificação JEL: C53; D81; E58.
Com base nos achados de Imbs e Wacziarg (2003), cujo estudo empírico estabeleceu a existência de um padrão em U da evolução da concentração setorial em relação à renda per capita, este trabalho objetivou determinar o caminho da mudança estrutural seguida pelo Brasil. indústria nas últimas décadas e em compará-lo com o padrão encontrado pelos autores e com o caminho seguido pelos países da ed. O trabalho empírico verificou que o estágio de diversificação da estrutura industrial brasileira terminou em níveis mais baixos de renda per capita do que nos países estudados.
Classificação JEL: O14; O30; O57.
O artigo tem como objetivo demonstrar como a abordagem de Harrod (1937, 1938, 1948) pode oferecer elementos teóricos para formar uma visão complexa, historicista e não determinista do sistema econômico. O relaxamento da hipótese da taxa de garantia constante torna possível que o sistema sofra alterações qualitativas endógenas. Isso resulta na noção de dependência do caminho e tempo histórico. Pela endogenização das expectativas e pela existência de mecanismos de retorno, essa abordagem permite uma síntese entre a não convergência e a regulação econômica.
Classificação JEL: B1; E3; O4.
Cada vez mais, juízes e tribunais aparecem como atores capazes de afetar a trajetória das decisões do governo, como agentes estratégicos no processo político. Este artigo apresenta um modelo analítico capaz de medir de forma clara e objetiva o impacto da revisão judicial no desenho de políticas na esfera da regulação econômica. Subjacente ao modelo está o conceito de custos de transação, através do qual é possível elevar os níveis de intervenção do judiciário na política regulatória. Além do modelo analítico, o artigo demonstra que a interação entre a heterogeneidade de preferências nos tribunais e os mecanismos institucionais do sistema de justiça é capaz de gerar maior coordenação e cooperação do que o esperado.
Classificação JEL: K12; K23; K41; P46.