v. 30 n. 2 (2010): Abr-Jun / 2010


v. 30 n. 2 (2010)

Abr-Jun / 2010
Publicado em abril 1, 2010

Artigo


Somos todos Keynesianos?
Marc Lavoie
Brazilian Journal of Political Economy

Este ensaio pergunta se todos estamos nos tornando keynesianos novamente. Ele oferece algumas reflexões sobre o impacto da crise financeira na teoria macroeconômica e na teoria keynesiana e, em particular, na teoria pós-keynesiana. Argumenta-se que a crise tem efeitos óbvios sobre como o keynesianismo está sendo percebido pelos tomadores de decisão e que alguns efeitos também são observados na academia. No entanto, existem forças na profissão econômica e na população em geral que são resistentes a essa segunda vinda da revolução keynesiana.

Classificação JEL: B4; B5.


China: estabilidade e crescimento econômico
Marcelo José Braga Nonnenberg
Brazilian Journal of Political Economy

A China apresentou um crescimento fabuloso desde 1978, ao mesmo tempo em que manteve a inflação estável. Quais são os fatores responsáveis ??pelo sucesso da economia chinesa e até que ponto a política macroeconômica colaborou? Obviamente, diversos fatores foram responsáveis ??por esse crescimento, apesar de nenhum deles, isoladamente, poder ser apontado como principal. O artigo também indica que a China pode manter um ritmo de crescimento lento ou passar rapidamente por uma forte desaceleração, um exemplo do que já aconteceu com outros países asiáticos. Sugira que ela ainda possa manter um crescimento vigoroso, bastante próximo à média observada nas 3 últimas décadas.

Classificação JEL: F43; O11; O53.


Desindustrialização: conceituação, causas, efeitos e o caso brasileiro
José Luis Oreiro, Carmem A. Feijó
Brazilian Journal of Political Economy

Este artigo tem como objetivo fazer uma discussão teórica sobre o termo “desindustrialização” e sua relação com outros conceitos como “primarização” das exportações e “doença holandesa”. Depois disso, analisaremos as possíveis causas e efeitos da “desindustrialização”. Por fim, analisamos o caso brasileiro, com especial atenção na literatura econômica sobre esse assunto.

Classificação JEL: L6; O14; O54.


Crescimento econômico e liquidez externa no Brasil após 1970
Fabrício de Assis C. Vieira, Márcio Holland
Brazilian Journal of Political Economy

Este artigo avalia a relação entre a conta de capital e o crescimento econômico brasileiro de acordo com a abordagem de restrição da balança de pagamentos. A regra simples de Thirlwall (1979) é estendida para levar em consideração a conta de capital e várias evidências empíricas usando a análise de séries temporais são mostradas. Inversamente à regra simples, quando as taxas ajustadas de crescimento econômico em equilíbrio da balança de pagamentos abaixo das observadas, as taxas ajustadas de crescimento usando a regra estendida à liquidez internacional são consistentemente maiores que as observadas. É justo concluir que, primeiro, a economia brasileira cresce melhor durante a abundante liquidez internacional e, segundo, a economia subutiliza essa vantagem, crescendo muito menos do que poderia crescer.

Classificação JEL: E32; O16; C32.


Weber e Schumpeter: a ação econômica do empreendedor
Ana Cristina Braga Martes
Brazilian Journal of Political Economy

Existe alguma especificidade a ser levantada nas relações estabelecidas entre empresários e instituições? Recentemente, o termo empreendedorismo está sendo amplamente empregado. Empreender não é mais uma atividade restrita ao setor privado, mas também ao Terceiro Setor e à Administração Pública. Ele não apenas circunscreve o espaço da inovação, mas também das mudanças de adaptação. Nesse sentido, esse conceito elástico corre o risco de perder consistência. Parece adequado, portanto, resgatar o significado que muitos autores, considerados clássicos nas ciências sociais, atribuíram ao assunto, mostrar que, embora profundas transformações socioeconômicas tenham ocorrido desde que Schumpeter escreveu a Teoria do Desenvolvimento Econômico, ainda é necessário. enfatizar uma dimensão básica da ação empreendedora: resistência e conflito institucional.

Classificação JEL: A14.


Marshall e os críticos à economia política clássica
Laura Valladão de Mattos
Brazilian Journal of Political Economy

Este artigo analisa o período de transição entre a ortodoxia de Mill e a ortodoxia Marshalliana, com ênfase especial na influência dos debates econômicos das décadas de 1870 e 1880 na gênese das concepções de Marshall. Argumenta-se que nessas décadas a Economia Política foi questionada em três frentes diferentes: pelos críticos teóricos, pelos adeptos do método histórico e pelos humanistas. Argumenta-se também que Marshall respondeu a essas críticas, às vezes aceitando e incorporando-as, às vezes rejeitando-as e, ao fazê-lo, conseguiu construir um novo consenso disciplinar - que deu as bases para a prática da próxima geração de economistas.

Classificação JEL: B1; B12; B13.


Discriminação tarifária sobre o café solúvel brasileiro: uma análise econômica
Marislei Nishijima, Sylvia Macchione Saes
Brazilian Journal of Political Economy

Este artigo avalia os impactos da imposição de tarifas sobre o café solúvel brasileiro principalmente pelos países europeus a partir da década de 1990. Mais particularmente, verifica se a imposição de tarifas comerciais discriminatórias pela União Européia e de tarifas não discriminatórias por alguns países da Europa Oriental reflete na demanda internacional por essa mercadoria. Para esse fim, modelos dinâmicos de demanda global de café solúvel brasileiro foram estimados para o período 1995-2003, usando dados da Organização Internacional do Café. Os resultados sugerem que as tarifas existentes representam significativamente a redução da participação brasileira de solúvel no mercado mundial.

Classificação JEL: C01; C51; L16.


Persistência inflacionária e curva de Phillips novo-keynesiana para o Brasil
Fernando de Aquino Fonseca Neto
Brazilian Journal of Political Economy

Neste artigo, é mostrado que a persistência sustentável da inflação tem suporte teórico não apenas devido à indexação de preços, mas também por causa de micro-fundações baseadas em suposições da racionalidade limitada de Simon e por causa de choques persistentes de marcação. a nova curva keynesiana de phillips, estimada para o brasil para o período 2000/2008, e os coeficientes parciais de determinação para subperíodos móveis de 36 meses identificam a persistência da inflação como o principal determinante da inflação, com a diferença de capacidade apresentando maior importância apenas na região. final do período da amostra. A persistência da inflação exige uma política monetária mais rígida quando não são aceitas acomodações e políticas complementares para reduzi-la, como a minimização dos mecanismos de indexação e o controle do poder de mercado.

Classificação JEL: E31; D82; D84; E12.


Crescimento econômico impulsionado por recursos naturais uma nota sobre a experiência de Botsuana
Daniela Corrêa, Gilberto Tadeu Lima
Brazilian Journal of Political Economy

Botsuana foi a economia que mais cresceu no mundo no período de 1966-1989. Embora a descoberta e a exploração de grandes reservas de diamantes tenham desempenhado um papel essencial em um desempenho tão impressionante, condições econômicas, políticas e institucionais favoráveis ??permitiram o uso das grandes receitas de exportação resultantes como uma alavanca para o crescimento econômico, embora não para o desenvolvimento.

Classificaçao JEL: O11; O13; O55


A teoria da perspectiva e as mudanças de preferência no Mainstream um prospecto lakatoseano
Bruno Berger, Huáscar Fialho Pessali
Brazilian Journal of Political Economy

Por muitas décadas ao longo do século XX, a corrente principal da economia adotou uma teoria normativa e axiomática do comportamento individual, na qual os procedimentos de maximização eram realizados por agentes racionalmente ilimitados. Esse status foi contestado por muitos motivos e visões alternativas de áreas como a psicologia encontraram um caminho para o núcleo da fronteira da pesquisa econômica. A teoria da perspectiva, desenvolvida pelos psicólogos Daniel Kahneman e Amos Tversky desde a década de 1970, forneceu uma teoria mais empírica, indutiva e descritiva da tomada de decisões. Ele fez incursões significativas na microeconomia convencional, abalando os hábitos de alguns de seus praticantes. Este artigo faz primeiro um balanço de seus principais desenvolvimentos e, em seguida, usa uma estrutura lakatosiana para extrair suas heurísticas negativas e positivas. A seguir, suas heurísticas são comparadas com as das teorias racionais tradicionais de tomada de decisão. As diferenças entre eles são destacadas, apontando para mudanças no mainstream da profissão e para novas oportunidades de pesquisa.

Classificação JEL: D01; B41.